domingo, 2 de novembro de 2008

Num mundo com quase 7 bilhões de pessoas, o que significa ser singular?

A singularidade é o tema do momento...

Todos os livros, jornais, propagandas falam que cada pessoa é única. E que todo mundo é importante e especial de uma maneira singular.

Mas num mundo com quase 7 bilhões de pessoas, quem se arrisca a levantar a mão com segurança e dizer que é diferente de todos os outros?

E o mais importante: como podemos afirmar que somos diferentes, quando no fundo, no fundo, temos sempre o desejo de sermos iguais a alguém?

Queremos ser como os nossos heróis.
Queremos ser incríveis, fantásticos.
E diante disso, será que queremos mesmo ser alguém singular?

Não... queremos ser importantes, grandiosos...
Mas não necessariamente únicos.

Vivemos numa sociedade onde o anonimato é desprezado...
Onde o pequeno é pouco...
Onde o sozinho é vazio...
Onde o que os olhos não vêem o coração não valoriza.

Se não conseguimos fazer muito, então não fazemos nada.
Se não conseguirmos mover o mundo, então nem nos movemos.

Ontem, enquanto voltava para casa eu vi uma frase pixada em um muro - que de tão triste e verdadeira - me fez escrever esse artigo.

Ela de dizia:
“Todos se comovem, mas ninguém se move”

Porque é tão difícil agir? O que nos impede de fazer – ainda que pouco – alguma coisa, qualquer coisa extraordinária por alguém? Porque sempre temos a sensação de que não é com a gente? De que não temos o suficiente? Não temos, coragem, tempo, dinheiro, força o suficiente... E com certeza existe alguém incrível que irá fazer isso por nós.

Vibramos com os feitos de nossos heróis e esquecemos de que também somos extraordinários para alguém. Isso é singularidade. E esse é o tamanho da importância da singularidade para o mundo de hoje.

Não queira ser como a Madre Teresa de Calcutá.
Queira ser quem você é. E faça o que você puder fazer.
Pois a própria Madre Tereza, foi quem tantas vezes afirmou:
Se você não pode alimentar 100 pessoas, alimente apenas uma.

Madre Tereza foi uma pessoa singular.
Não foi a pessoa que mais fez.
Mas foi alguém que fez e fez com paixão.

Nunca deixe o que você não pode fazer interferir naquilo que você pode.
Não importa quem você é, há sempre alguém que o considera importante.
Existe pelo menos uma pessoa que precisa de você.
Existe um trabalho que nunca será feito se você não o fizer.
Existe um espaço que só você pode preencher.
Isso é singularidade.

Todos pensam que para ser singular, único, é necessário fazer alguma coisa extraordinária que afete centenas ou milhares de pessoas. Mas a grande verdade é que para ser grande é preciso pensar pequeno. É mais nobre dedicar-se totalmente a um indivíduo do que doar uma pequena parte de si para a multidão.

A própria Madre Teresa não concordava com a maneira abrangente de fazer as coisas: “O amor precisa começar com uma pessoa”. E se você se dedicar a ler a biografia dos principais heróis da humanidade, vai perceber que eram pessoas que compartilhavam desse mesmo principio.

E se pararmos para pensar (e o meu comentário é destituído de qualquer influencia religiosa) o indivíduo mais famoso que já existiu, Jesus Cristo, dedicou a sua vida a mudar apenas 12 pessoas. E focando em 12 pessoas, ele mudou o mundo. E efeitos disso ecoam até hoje. Essa é à força da singularidade.

Se você quer mudar o mundo, comece mudando a si mesmo.
Mude a sua percepção de grandeza.
Depois se dedique a mudar a vida de uma única pessoa...
E depois de outra, e de outra, e de outra ...
Porque é só assim que se muda o mundo.
Não existe caminho mais curto, mais rápido ou mais fácil.

E quando você fizer isso,
Não vai mais precisar levantar a mão para provar ao mundo que é alguém singular. Porque alguém já irá espontaneamente fazer isso por você.

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